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Conheça os instrumentos que são a cara do São João na Paraíba

Durante 30 dias em Campina Grande, 180 trios de forró animam a festa. O forró de pé de serra é feito à base de triângulo, zabumba e sanfona.

 Do G1 PB
O forró que anima os 31 dias de festa em Campina Grande é comandado por trios de forró (Foto: Rafael Melo/ G1)
O forró que anima os 31 dias de festa em Campina é comandado por trios de forró (Foto: Rafael Melo/ G1)

O som de 180 trios de forró marca os 30 dias de festa do São João de Campina Grande. Eles estão por toda parte: no Parque do Povo, em Galante, nos restaurantes, nas ruas, em todo lugar. Este som ecoa o ano inteiro na Paraíba graças à produção de sanfonas, zabumbas e triângulos que abastecem bandas e trios de todo o Brasil. O G1 foi conferir como estes instrumentos são produzidos para contar alguns segredos da sonoridade que é a cara do nordeste.

Há dez anos o serralheiro Dauro Miranda fabrica triângulos em sua oficina, em Campina Grande (Foto: Rafael Melo/ G1)
Há dez anos o serralheiro Dauro Miranda fabrica triângulos em sua oficina, em Campina Grande (Foto: Rafael Melo/ G1)

O triângulo
O ‘tinguiliguidum’ do triângulo é fabricado em uma pequena oficina no bairro Jeremias pelo serralheiro Dauro Miranda na pequena oficina no fundo da casa. São 10 anos trabalhando na fabricação dos triângulos, instrumentos que saem das mãos dele na serralharia direto para as mãos de artistas de bandas famosas como a de Biliu de Campina.

Dauro fabrica até dez instrumentos por mês e vende cada um a R$ 60,00. Ele trabalha o dia todo em uma siderúrgica e fabrica os triângulos à noite. O material usado é aço inox e o procedimento para fabricação é simples, durando em média uma hora e meia, consistindo apenas no corte da peça e no molde no formato triangular.

São dois tipos fabricados: um de material mais fino e menor, que emite som mais agudo, e outro mais grosso e maior, com som grave. “Não sei tocar, só faço ‘zuada’, mas fico feliz em fazer este equipamento para tantas bandas fazerem a alegria do povo durante o São João”, falou.

Parafuso é zabumbeiro há 46 anos e fabrica três zabumbas por mês em Campina Grande (Foto: Rafael Melo/ G1)
Parafuso é zabumbeiro há 46 anos e fabrica três zabumbas por mês em Campina Grande (Foto: Rafael Melo/ G1)

A Zabumba
A pancada que sacoleja os forrozeiros durante as festas juninas também é produzida em Campina Grande. O tum tum tum fica a cargo de Carlos de Albuquerque Melo, conhecido como Parafuso, zabumbeiro há 46 anos do trio tradicional ‘Os Três do Nordeste’. É em casa, no bairro Três Irmãs, que o músico produz até três zabumbas por mês e vende cada uma a R$ 1.200,00.

A construção de uma zabumba leva até 45 dias entre os processos de molhar e moldar a madeira, lixar, soldar o arco em volta, colocar a pele que recebe o martelo e revestir o instrumento de acordo com o gosto do cliente.

Parafuso, que tem 74 anos, recebe encomendas de todo o país e por isso não tem estoque. Ele disse que consegue produzir o instrumento da forma que o cliente desejar, tanto em tamanho como em som emitido. “A minha batida é mais grave, mas se o zabumbeiro quiser equipamento leve, maior, menor, com som menos pesado, eu faço”, disse Carlos.

O processo é artesanal e é durante o mês de junho que os pedidos aparecem com mais força, mas é justamente neste período que Parafuso precisa acompanhar a banda nos shows e se divide nas duas funções, apesar de levar a produção como hobby.

Parafuso conta que tudo começou quando ele não conseguiu passar em uma porta durante um festival por causa do tamanho da zabumba e então decidiu fazer uma menor. A mulher dele, empresária do trio, tem uma versão diferente da história. “Ele vendeu o instrumento em Brasília e chegou sem nada. Foi quando eu disse que ele podia cuidar em fazer uma zabumba porque tinha show no outro dia. Ele pegou emprestado, mas depois me obedeceu e fez o instrumento”, disse sorrindo Lisete Veras.

Sanfonas produzidas na Paraíba custam entre R$ 13 mil e R$ 20 mil (Foto: Rafael Melo/ G1)
Sanfonas produzidas na Paraíba custam entre R$ 13 mil e R$ 20 mil (Foto: Rafael Melo/ G1)

A Sanfona
O bairro do Ligeiro, também em Campina Grande, guarda a única fábrica de sanfonas no país. A fábrica começou com um trabalho artesanal, mas se tornou uma das grande do mundo pela qualidade dos equipamentos que produz. O dono é bem íntimo do assunto, o artista Amazan. “No começo eu ia à Itália, observava e gravava como era o processo de fabricação de um instrumento desse. Voltava para o Brasil e mostrava e ensinava para as pessoas”, disse o cantor e compositor.

Os instrumentos custam entre R$ 13 mil e R$ 20 mil e também são comercializados no local instrumentos de outras marcas, bem como os equipamentos são reformados e recebem assistência técnica. “Eu já reformei sanfona aqui com mais de 100 anos de vida”, disse a gerente administrativa, Marileide Azevedo, ressaltando que a sanfona tem uma vida útil de 50 anos, o que justificaria o preço.

São 11 anos de empresa e 20 funcionários que receberam treinamento no local, já que não há qualificação formal para o ofício. O trabalho é considerado artesanal porque, apesar de ter processos industriais, cada etapa recebe um toque particular dos produtores.

Por conta disso, os instrumentos acabam tendo sons diferenciados de acordo com cada produção e cada material utilizado. São 10 mil peças dentro de uma sanfona e a fábrica campinense produz quase todos os produtos que necessita, importando apenas o plástico que recobre o instrumento.

São 40 dias entre marcenaria, revestimento, montagem, afinação, acabamento e teste final, em que duas pessoas tocam o instrumento em quartos acústicos. O último a apreciar a sanfona antes de ser comercializada é o próprio Amazan. São produzidos acordeons de 120 e de 8 baixos e os produtos podem ser personalizados de acordo com o gosto do cliente. Atualmente são feitos 100 equipamentos em média por ano.

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