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Santa Rita é a 2ª cidade do país mais violenta para negros, JP é a 1ª capital

Mapa-da-Violência-2013

João Pessoa é a capital do país mais violenta para negros. A constatação é do Mapa da Violência 2014, divulgado nesta quarta-feira (2). Foram assassinados na cidade 12 brancos e 358 negros no ano de 2012. A Paraíba ainda tem outras duas cidades, Cabedelo e Santa Rita, entre as 10 do país que representam maior vulnerabilidade para negros. O estudo inclui as categorias preta e parda, conforme as definições do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Segurança de Defesa Social (Seds), informou que “o governo do estado implantou o programa Paraíba Unida pela Paz, que tem como foco ações policiais voltadas à redução de crimes contra a vida e o patrimônio em território paraibano. Em 2012, pela primeira vez em 10 anos, o estado registrou queda número de assassinatos (8,21%) e esse dado é ratificado pelo Mapa da Violência 2014″.

A taxa de negros assassinados na capital paraibana é de 138,1 para cada 100 mil pessoas, enquanto a de brancos é de 14,4 mortos para cada 100 mil, superando Maceió-AL (137,7), Fortaleza-CE (111,2), Vitória-ES (102,3) e Natal-RN (90,4). Santa Rita (155,9), em segundo lugar, e Cabedelo (139,2), em oitavo lugar, estão também inclusos entre as 10 cidades mais violentas para negros, nos municípios com mais de 50 mil habitantes. João Pessoa foi a 10ª colocada neste índice.

A taxa de homicídios de jovens negros ocupa o segundo entre as capitais. São 327,6 mortos para cada 100 mil pessoas em Maceió-AL, seguida de João Pessoa-PB (313 mortes), Fortaleza-CE (256), Vitória-ES (238,7) e Porto Alegre-RS (192,2).

“Se os índices de homicídio do país nesse período estagnaram ou mudaram pouco, foi devido a essa associação inaceitável e crescente entre homicídios e cor da pele das vítimas, na qual, progressivamente, a violência homicida se concentra na população negra e, de forma muito específica, nos jovens negros”, aponta o Mapa da Violência.

A Paraíba também ocupa o lugar de destaque na lista de vitimização de negros. São 65 mortos para cada 100 mil paraibanos, o terceiro estado com maior taxa, superado apenas por Alagoas (92,6) e Espírito Santo (72,6). Em contraposição, o índice de homicídios de brancos é o segundo menor do país. São 5,8 assassinatos para cada 100 mil, de acordo com o estudo – Pernambuco tem a menor taxa, de 5,6 para cada 100 mil.

“As capitais reproduzem, em maior ou menor medida, os padrões detectados […] para o Brasil como um todo: queda das taxas brancas e crescimento das taxas negras. Se na evolução decenal dos índices brancos se observam poucas situações realmente extremas, o mesmo não acontece com os homicídios negros, nos quais aparecem situações que podemos considerar muito graves: Bahia e Rio Grande do Norte, cujos índices de vítimas negras mais que triplicam na década. Ou Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Tocantins e Goiás, onde as taxas mais que duplicam”, assinala o estudo.

Repressão e prevenção

De acordo com Terlúcia Silva, coordenadora da ONG Bamidelê, os dados vêm sendo observados como uma ausência de políticas públicas voltadas para a prevenção, não somente a repressão à criminalidade. “Acompanho de perto e vemos que não é algo recente. João Pessoa sempre foi uma cidade violenta para negros e o estado também tem outras cidades entre as mais violentas. Temos preocupação, vivemos num país de racismo permanente. Os jovens que morrem negros não têm acesso a cultura, sem escolaridade e sem acesso ao mercado de trabalho. A tendência é embarcar na criminalidade”, afirma.

“Esses dados refletem a falta de compromisso dos poderes com as políticas de juventude. Sentimos falta de políticas preventivas, porque as repressivas também matam. É muito fácil ver um dado desse e dizer que a vítima tinha envolvimento com o tráfico, mas o que leva a juventude em massa a se envolver com o tráfico? A culpa não é da droga, é a falta de política contra esse problema, colocando os negros mais vulneráveis”, explica Terlúcia.

Investimento em segurança

Segundo a assessoria de comunicação da Seds, para monitorar os números de assassinatos no estado, a secretaria criou em 2011 o Núcleo de Análise Criminal e Estatística (Nace), que contabiliza não só os homicídios, mas outros 17 tipos penais. Quanto aos índices de redução divulgados, informou que “se devem às ações estruturantes realizadas pelo governo, por meio de uma visão da segurança pública como uma política de estado. Além disso, há a integração entre as polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros; a compatibilização de áreas, que definiu os territórios e a responsabilidade da gestão dos órgãos operativos; e a repressão qualificada com fortalecimento da inteligência policial. Nesse sentido, a Seds e seus órgãos operativos têm trabalhado a fim de coibir principalmente o tráfico de drogas, muitas vezes ligado à morte de pessoas dessa faixa etária”.

10 cidades mais violentas para negros
Para cada 100 mil habitantes
Ananindeua PA – 161,5
Santa Rita PB – 155,9
Arapiraca AL – 151,6
Luziânia GO – 147,4
Rio Largo AL – 141,6
Simões Filho BA – 141,1
Itabuna BA – 139,4
Cabedelo PB – 139,2
Porto Seguro BA – 138,7
João Pessoa PB – 138,1

4 cidades com maior número de assassinatos Para cada 100 mil habitantes

As cidades paraibanas de Santa Rita,Conde, Mari e Cabedelo são os quatro municípios do estado que aparecem entre as 50 cidades com mais de 10 mil habitantes com maior número de homicídios.

Foram usados dados de 2008 a 2012 por 100 mil habitantes.

De acordo com os dados divulgados pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais Santa Rita ocupa a 16ª posição no ranking, com taxa de 105, 7. O município de Conde aparece na 26ª posição com uma taxa de 94,8. Mari está no 38º lugar com 89,4. Já Cabedelo está na 46ª posição com taxa de 84,7.

Quatro cidades da Paraíba também aparecem entre os 50 municípios brasileiros com mais homicídios de jovens nas localidades com mais de 10 mil adolescentes. Santa Rita fica na 4ª posição com taxa de 262,4. Cabedelo vem em 11º lugar com 216,5. João Pessoa aparece em 22º lugar com 177,8 e Patos, no Sertão, aparece em 33º lugar com taxa de 166,5.

G1 Paraiba

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