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Tumulto em frente à Câmara de João Pessoa marca sessão com Bolsonaro

Parlamentar foi convidado a participar de sessão especial na Câmara.
Grupos se envolveram em debates acalorados na frente da Casa.

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Cerca de 200 pessoas, segundo a Polícia Militar, se envolveram em um tumulto durante a visita do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) a João Pessoa nesta quinta-feira (19). Grupos de estudantes, índios, pessoas envolvidas em movimentos sociais e simpatizantes do parlamentar foram até a frente da Câmara Municipal para protestar ou demonstrar apoio. Ele chegou à capital paraibana para participar de uma sessão especial para discutir “o momento político atual” no país. O evento foi proposto pela vereadora Eliza Virgínia (PSDB).

Tumulto na Câmara Municipal de João Pessoa durante visita de Bolsonaro (Foto: Felipe Ramos/G1)
Tumulto na Câmara Municipal de João Pessoa durante visita de Bolsonaro (Foto: Felipe Ramos/G1)

Tanto pessoas a favor do deputado quanto contra tentaram entrar na Câmara Municipal, mas foram impedidas pelos seguranças. A porta de entrada do local, que é de vidro, foi quebrada. “A guarda municipal usou spray de pimenta em mim três vezes, pegou muito nos índios. Usaram taser [arma de choque] nos índios”, disse a manifestante Juliana Terra, do Movimento Articulação de Mulheres Brasileiras. “Não estamos com nenhuma arma, usaram porque queremos entrar na Câmara e não deixam”.

Durante a sessão, a vereadora Eliza Virgínia (PSDB), autora da proposição da sessão, alegou que manifestantes foram impedidos de entrar na Câmara porque estariam armados.

O cacique Edinaldo dos Santos Silva, do povo Tabajara, alegou que foi até o local passivamente para entrar na Câmara para acompanhar a visita do deputado a João Pessoa. Porém, ele e outros integrantes do grupo foram agredidos. “Viemos acompanhar e protestar. Hoje ele trabalha para a Câmara Federal. O que ele está fazendo aqui? A política paraibana era pra ter vergonha de receber um homem desse aqui. Nós não somos contra a pessoa dele, mas contra a atitude dele. Para ele, índio é melhor morto, LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros] é melhor morto, negro é melhor morto. Bolsonaro é um é um retrocesso à democracia brasileira e um retrocesso à Constituição de 1988”, disse o cacique.

Os índios se manifestaram contra a PEC 215, a favor da delimitação e demarcação das terras indígenas do povo Tabajara do Litoral Sul da Paraíba e contra a especulação imobiliária em terras indígenas. Ainda este mês, Bolsonaro se manifestou contra a reserva da áreas aos indígenas. Segundo ele, a destinação de áreas para comunidades indígenas é o “prejuízo para o agronegócio”, além de prejudicar outros interesses comerciais.

Porta de vidro da Câmara Municipal de João Pessoa foi quebrada durante tumulto (Foto: Walter Paparazzo/G1)
Porta de vidro da Câmara Municipal de João Pessoa foi quebrada durante tumulto (Foto: Walter Paparazzo/G1)

Algumas pessoas que apoiam o deputado também disseram que foram agredidas. “Ao chegar aqui na Câmara, para receber o deputado Jair Messias Bolsonaro, nosso futuro presidente, fui atacado por índios, integrantes do MST, CUT e algumas pessoas do movimento gayzista, que estavam armados com lanças e facas de madeira, perfurando eu e alguns amigos meus. Foi algo muito violento o que aconteceu aqui. Algumas essoas ficaram com ferimentos leves”, disse Wesley Eduardo, do Movimento Brasil Livre (MBL).

O grupo demonstrou apoio ao deputado, com placas com os dizeres “Direita Paraibana” e “Bolsonaro Presidente 2018” e “Abaixo o PT e o Comunismo”. Eles ovacionaram o parlamentar quando ele chegou à cidade, no Aeroporto Castro Pinto, e o seguiram até a Câmara. Os dois grupos se envolveram em debates acalorados e foram apaziguados por policiais militares.

Tumulto na Câmara Municipal de João Pessoa durante visita de Bolsonaro (Foto: Walter Paparazzo/G1)
Tumulto na Câmara Municipal de João Pessoa durante visita de Bolsonaro (Foto: Walter Paparazzo/G1)

“A Polícia Militar veio depois que houve alguns confrontos entre dois grupos, uns pró e outros contra. A gente está aqui mantendo a ordem, conversando com ambos os lados. Estamos justamenta para que ninguém saia ferido e para que o patrimônio público seja preservado”, disse o comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar, major Jobson Vinícius. De acordo com o major Jobson, foi necessário usar spray de pimenta para separar dois grupos que estavam muito exaltados.

O diretor operacional da Guarda Civil Municipal, Arimatéia da Silva, informou que foram usados procedimentos de uso legal e progressivo da força para conter os manifestantes e preservar o patrimônio público. Segundo ele, antes disso, os guardas tentaram dialogar com os grupos, mas não foram atendidos. A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania de João Pessoa (Semusb), responsável pela Guarda Municipal, informou que se houve excesso, o caso vai ser apurado e quem cometeu vai ser devidamente responsabilizado.

Discurso na Câmara Municipal
Em seu discurso na Câmara, Bolsonaro ironizou discursos recentes da presidente Dilma Rousseff e disse que não é contra negros, não defende política de coitadismo e que é contra as cotas para acesso a universidade e concursos público. Questionado sobre quem seria um vice, caso ele fosse candidado a presidente, enfatizou que seria um general de quatro estrelas.

Na chegada ao aeroporto, o deputado discursou em um megafone agradecendo a recepção feita por vários apoiadores. “Sou um cidadão comum como todos vocês e desejo um Brasil melhor”, disse Bolsonaro. “O povo só quer trabalhar, mas os que estão no poder não têm nada a oferecer, a não ser desprezo. Eles querem o poder pelo poder; é a corrupção com um projeto de poder para nunca mais sair do Palácio do Planalto. Mas isso o povo não vai admitir”, acrescentou sob aplausos de apoiadores.

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