Pai disse que agrediu a filha depois que ela fez cocô na roupa e na cama.
Corpo da menina estava em uma caixa de papelão usado para mudança.
Uma criança de dois anos foi achada morta neste domingo (18) dentro de uma caixa de papelão, em uma mata que pertence a um loteamento em Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá. Segundo a Polícia Civil, o pai e a madrasta foram presos no município de Água Boa, a 736 km da capital, suspeitos de envolvimento na morte da menina. A criança foi morta no dia 7 de setembro, porém, o crime só foi descoberto no fim de semana.
Lenilson Barbosa de Souza, de 25 anos, e Katia Cristina de Almeida Lopes, de 27, confessaram informalmente o crime, de acordo com a polícia. A madrasta disse à polícia que Lenilson se irritou depois que a menina fez cocô nas roupas e na cama e a agrediu a filha. O G1 não conseguiu localizar o advogado do casal até a publicação desta reportagem.
Segundo a delegada Luciana Casaverde, o casal morava em Água Boa e foi trabalhar em uma fazenda na região de Paranatinga, a 411 km de Cuiabá. A madrasta, o pai e a criança ficaram nessa propriedade por aproximadamente um mês, até que se mudaram para Primavera do Leste.
“No dia 7 de setembro, ela [madrasta] foi ao mercado e, quando retornou, ele [o pai] disse que tinha batido na menina porque ela tinha feito cocô na roupa e na cama. A criança estava grogue e decidiram dar remédio para dores a ela. Deixaram a menina no quarto e durante a noite viram que ela foi a óbito”, declarou a delegada ao G1. A madrasta não disse qual remédio deu para a criança.
O pai e a madrasta não chamaram a polícia e nem procuraram ajuda depois que perceberam que a menina havia morrido.
“Desocuparam uma das caixas que usaram para a mudança, colocaram o corpo dentro de um saco plástico e o enrolaram no lençol que a criança dormia. Amarraram a caixa com uma corda e deixaram na casa. Foram trabalhar novamente em uma fazenda e regressaram depois de dois dias. Perceberam que [a casa] estava exalando um forte odor e decidiram se livrar da caixa [com o corpo]”, relatou Luciana.
“A mãe [da criança] tentava falar a todo momento [com a filha] e não conseguia. Em Goiânia, ele [o pai] ligou para a mãe e disse que a criança tinha desaparecido durante um assalto que sofreram. A mãe veio para a delegacia no sábado [dia 17] dizendo que a criança tinha desaparecido”, disse a delegada.
Os policiais fizeram contato com autoridades em Goiânia, no entanto, não havia nenhum registro do suposto assalto sofrido pelo casal, nem desaparecimento da menina.
O casal retornou a Água Boa, onde a família se mobilizou para tentar achar a menina em Goiânia. Os dois suspeitos chegaram a se oferecer para ajudar nas buscas. “Eles confessaram informalmente, mas na delegacia ele [o pai] ficou em silêncio”, finalizou a delegada.
Os dois suspeitos foram autuados por ocultação de cadáver. A perícia deve identificar a causa da morte.
O pai da criança indicou para a polícia o local exato em que a caixa havia sido deixada pelo casal. O corpo da criança deve passar por necrópsia nesta segunda-feira (19) no Instituto Médico Legal (IML) de Primavera do Leste.