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Juros do crédito consignado atingem menor patamar em quinze anos, diz BC

crédito consignado para as famílias ficou mais barato e, em outubro, as taxas de juros cobradas pelos bancos nessa modalidade atingiram seu menor patamar em 15 anos.

No mês, os juros anuais do empréstimo consignado ficaram em 20,9%, ante 21,4% em setembro. Ao longo de 2019, as taxas do consignado caíram em todos os meses, e acumularam uma baixa de 3.4 pontos percentuais, informou o Banco Central (BC) nesta quarta-feira.

Ainda de acordo com os dados do BC, o volume de empréstimos nessa modalidade também avançou. No último mês, foram R$ 377 bilhões emprestados via consignado, uma alta de 1,3%. No ano, o cenário também é de alta, avançando 13%.

Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, a queda do custo desse tipo de crédito vem sendo acompanhada pelo aumento do volume emprestado pelos bancos. Diferentemente de produtos emergenciais como o cheque especial e o cartão de crédito rotativo, que tem taxas mais altas, o consignado é uma linha que opera com garantias e que, por tanto, tem risco de inadimplência menor.

– Vemos crescimento nos saldos em simultâneo com a queda das taxas de juros – afirma

O crescimento do crédito dado a pessoas físicas para compra de veículos também chama a atenção: em outubro, cerca de R$196 bilhões foram emprestados pelos bancos nessa modalidade, uma alta de 1,9% na comparação com o mês de setembro – e de 19% em doze meses até outubro.

Nesse caso, as taxas também caíram de 19,8% para 19,7% ao ano de setembro para outubro. O percentual está bem próximo da mínima histórica cobrada nesse tipo de linha, desde junho de 2000.

De maneira mais ampla, o crédito livre para as famílias também cresceu. O avanço foi de 1,4% em outubro, e ultrapassou 16% em doze meses. Na contramão, esse tipo de crédito recuou 0,7% para as empresas, principalmente por conta dos efeitos da apreciação cambial.

Ainda assim, o BC destaca que, quando consideradas as taxas para linhas de capital de giro para as empresas, o juro está menor: em setembro, os juros eram de 15,7% ao ano e, no mês passado, baixaram para 15,2% ao ano – o menor nível em 19 anos.

O BC também destaca que a concessão total de crédito no sistema financeiro não só cresceu em volume, mas também vem ocorrendo em ritmo mais acelerado. No acumulado de doze meses até outubro, o crédito total do sistema financeiro avançou 6,3%. Em setembro, esse indicador havia avançado 5,8% também em doze meses. Esse é o melhor resultado desde 2015.

Na avaliação de especialistas, a ampliação do estoque de crédito e a redução dos juros nos chamados recursos livres para as famílias – linhas de crédito cujas taxas são definidas pelos próprios bancos – apontam uma tendência estrutural do crédito no país.

Para Isabela Tavares, economista da consultoria Tendências, o impulso não vem apenas da taxa básica de juros, que está em seu maior patamar histórico, de 5% ano, mas também da agenda que vem sendo encampada pelo Banco Central desde 2017.

Entre elas, a abertura à entrada de fintechs e cooperativas de crédito na concorrência pelo cliente, e o estabelecimento do cadastro positivo, que categoriza automaticamente os bons pagadores – e ajuda os bancos a mensurar melhor o risco de inadimplência.

– A gente começa a ver também os efeitos das mudanças de regra para o rotativo do cartão de crédito. Isso ajudou a frear a inadimplência – disse.

Tavares se refere à oferta automática de parcelamento a juros mais baratos para quem se endivida com o cheque especial e com o rotativo do cartão de crédito, estabelecida pelo BC e em prática desde julho do ano passado.

Ainda de acordo com a especialista, efeitos mais fortes sobre o crédito devem ser vistos no ano que vem.

– Estamos diante de um movimento mais estruturado e positivo, e vamos ter efeitos mais fortes ao longo do ano que vem. A mudança é estrutural, e tem potencial para fazer atividade (econômica) crescer – afirma.

Segundo o economista-chefe da consultoria Austin Rating, Alex Agostini, as modalidades de crédito com maior garantia, como as linhas imobiliárias, de aquisição de veículos e os consignados devem ter taxas ainda menores daqui para frente. Isso porque a composição do sistema financeiro mudou ao longo das últimas duas décadas.

Dados do BC mostram que, em 2000, o crédito para empresas representava 60% do sistema, ante 40% destinado às famílias. De lá para cá, o cenário se inverteu, e as pessoas físicas compõem 56% do estoque de crédito.

– As empresas estão se financiando de outras formas, no mercado de capitais, e isso coloca bancos, fintechs e cooperativas atrás das famílias, em operações de maior segurança, como crédito imobiliário, aquisição de veículos e consignados – disse.

Cheque especial e cartão de crédito

O Banco Central também informou que, em outubro, os juros médios do cheque especial caíram. A modalidade de crédito, do tipo emergencial, é mais cara do país. As taxas anuais recuaram de 307,6% em setembro para 305,9% em outubro. Se considerados os dez primeiros meses do ano, também houve queda. Foram 6.7 pontos percentuais na comparação com o final do ano passado.

O presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, vem afirmando que, até o final deste ano, o BC reestruturá as regras do cheque especial, reduzindo o impacto dessa linha sobre os mais pobres – os que mais usam o saldo de emergência disponível na conta corrente.

Já os juros do cartão de crédito rotativo (quando o cliente não paga o total da fatura na data correta) cresceram de 307,8% ao ano para 317,2% ao ano em outubro. Na parcial de 2019, o cenário também é de alta, com subida de 31,8 pontos percentuais. No final do ano passado, a taxa desse tipo de crédito estava em 285,4%.

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