A técnica utiliza o MFC (células de combustíveis de micróbios), que usa microorganismos vivos. A urina passa pelo MFC e é metabolizada, liberando elétrons. Eletrodos captam estes elétrons que, quando conectados a um circuito externo geram corrente elétrica. Nos testes, foram recarregadas baterias comerciais como as encontradas nos smartphones.
A equipe de bioenergia, liderada pelo pesquisador Ioannis Ieropoulos, no Laboratório de Robótica de Bristol (uma parceria entre a Universidade de Bristol e a Universidade do Oeste da Inglaterra), tem o objetivo de fazer bom uso dos 6,4 trilhões de litros de urina que a humanidade produz anualmente.
Para os testes, os cientistas usaram urina recente, expelida havia menos de uma semana de um indivíduo saudável, com altura e peso medianos. Em outros testes, tentaram oferecer restos de comida, insetos mortos e pedaços de grama para os micróbios, mas nenhum gerou tanta corrente elétrica quanto a urina.
Segundo Ieropoulos, isso se deve ao fato de a urina ter uma concentração de material orgânico menor que os outros resíduos testados, saciando mais lentamente os micróbios. O baixo nível de carbono orgânico combinado à acidez e à condutividade elétrica fez a diferença na produção de corrente.
As pesquisas ainda estão iniciando, mas os cientistas envolvidos creem que isso poderá alavancar a energia renovável e poderia incentivar comercialmente a construção de mictórios e vasos sanitários, já que 2,5 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso a saneamento básico.
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