Categories: PARAÍBA

Como as religiões vêem o dia de Finados?

Desde o início da semana, muitas pessoas têm ido aos cemitérios para reverenciar seus entes queridos, acender velas e deixar flores sobre os túmulos.

 

O ápice desse ritual é hoje, dia 2, quando as pessoas visitam cemitérios, participam de celebrações, um hábito mais comum entre os cristãos católicos. Data que oferece um momento de reflexão e lembrança aos nossos entes queridos já falecidos.

 

Mas, o que dizem as outras crenças? Em alguns casos é um dia como outro qualquer, que não tem o mesmo significado ou até mesmo não existe.

 

Os cristãos mantêm a tradição de rezar pelos mortos e “visitar” os seus túmulos desde o século II. No século V, a Igreja Católica dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, mas foi no século XIII que esse dia anual passou a ser  comemorado em 2 de novembro, logo após a Festa de Todos os Santos (no dia 1 de novembro). Para a religião católica, a morte é a passagem da vida humana na terra para a vida eterna, no céu, com Deus.

 

Segundo escreveu o Cardeal Orani João Tempesta, para o site da Confederação Nacional do Bispos do Brasil, “no Dia de Finados, a Igreja nos convida a recordar os fiéis defuntos, nossos irmãos e irmãs já falecidos. Esta é uma celebração de vida e esperança, e, não, da morte. É uma celebração marcada pela esperança da Ressurreição. A piedade para com os mortos remonta ao alvorecer da humanidade”.

 

Na  Paróquia São João Calábria haverá a Missa dos Fiéis Defuntos, às 7h, na Igreja Matriz, presidida por Dom José Belisário da Silva. De acordo com a Paróquia, celebra-se de modo especial a memória dos irmãos já falecidos, rogando a Deus por eles. “A liturgia realça a ressurreição e a vida, tendo como referência a própria ressurreição de Cristo. Embora sintamos a morte de alguém, acreditamos na vida eterna. Por isso Santo Agostinho nos recomenda: ‘Saudade sim, tristeza não’. O que nós celebramos neste dia, é a festa da ressurreição dos nossos entes queridos, e a esperança firmemente fundamentada em Jesus Cristo, que também nós, um dia, vamos ressuscitar”, diz a pastoral da Comunicação da Paróquia.

 

Os seguidores da doutrina Espírita não cultivam esta data e não fazem nenhuma celebração no Dia de Finados. Para os espiritistas ou espíritas, a morte não existe. É apenas a transição para o “espírito imortal”.

 

Para Moab José,  fundador do Pouso Obras Sociais, Deus nos criou para a vida, e não para a morte. “Morte e vida são os dois lados da mesma moeda: a eternidade. A religião afirma: ‘semei-se (enterra-se) corpo material (físico), e ressuscitará (surgirá) corpo espiritual…’ A ciência, por sua vez reconhece que ‘na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma’ (Lavoiser), inclusive nós… Ou seja, a morte deve ser vista como uma consequência natural da vida… Uma mudança de “frequência vibracional”, passagem de uma dimensão para outra… Sem adeus definitivo, pois o amor é para sempre… A aceitação da morte nos livra do sofrimento e nos conduz à serenidade. No feliz dizer de madre Tereza de Calcutá, ‘morrer é apenas voltar pra casa’”.

 

No Tambor de Mina, religião de matriz africana, não há um ritual específico para esse dia. A nomenclatura Tambor de Mina é  a mais assertiva para as religiões afro-brasileiras que se desenvolveram nos estados do Pará, Amazonas e Maranhão.

 

“Olhamos como uma data comemorativa da passagem de todo mundo que fez parte do culto. Não é um dia que a gente tenha uma obrigação, uma relação com o Dia de Finados. A relação direta com a morte é de pessoas que partiram para um outro plano espiritual”, aponta o Biné Gomes Abinoko, do terreiro de Iemanjá/Tambor de Mina.

 

Para os umbandistas, a morte é um ponto de transcendência do estado físico para o espiritual.

 

No candomblé, esse dia é para reverenciar a ancestralidade e todos os entes queridos que partiram para o Reino da Glória, chamado de Órun Rere. Como os católicos, os candomblecistas visitam os familiares e amigos nos cemitérios – que eles chamam de campos santos – colocam flores, velas e realizam rezas.

 

Os judeus encaram a morte como algo natural. Existe o luto, mas não se fala de perda, e sim de tudo o que a pessoa conquistou e foi durante a vida. No Judaísmo o funeral é feito de um dia para o outro.

 

No budismo, a morte é apenas uma passagem, significa o (re)começo para uma próxima vida. O budista crê que a vida não acaba e por isso, eles se preparam para a hora da morte – para que essa passagem da vida seja feita calmamente, de forma tranquila e serena.

 

Para a religião evangélica, com a entrada do pecado, a morte passou a existir, mas ela é apenas um sono, até que Jesus Cristo volte.

 

“A Bíblia refere-se à morte comparando-se a um sono, tal qual o episódio de Jesus e Lázaro. Um sono inconsciente. A esperança para aqueles que morreram. Acreditamos na ressurreição, assim como Cristo ressuscitou. Para nós a morte é muito triste, porque não fomos criados para ela, mas para a vida,  e com a entrada do pecado houve essa ruptura. Mas acreditamos na ressurreição em Cristo. Como Igreja, a gente se sensibiliza no Dia de Finados, vai até os cemitérios, e a gente sempre tenta levar uma mensagem de esperança,  de fazer  acreditar que a morte não é o fim, apenas um processo de sono até a volta de Jesus”, diz o Pastor Tadeu Monteiro, da Igreja Adventista.

 

Cemitérios abertos o dia todo,  missas, orações e rezas, compõem o dia 2 de novembro.

 

 

 

Paraíba em Minuto

 

 

 

Acompanhe mais notícias do Paraíba em Minuto nas redes sociais: Facebook e Instagram.

Entre em contato com a redação do Paraíba em Minuto:

Telefone: (83) 98704-3401

WhatsApp: (83) 98704-3401

E-mail: redacaosantaritaverdade@gmail.com

Paraíba em Minuto

Share
Published by
Paraíba em Minuto

Recent Posts

Surreal: Barcos de resgate ‘surfam’ ondas de 1,50m no Guaíba para fazer salvamentos; VEJA VÍDEO

O resgate de moradores e animais presos nas enchentes que atingiram o Rio Grande do…

16 horas ago

Trump lidera corrida eleitoral em 5 de 6 estados decisivos, segundo pesquisa do ‘New York Times’

No EUA, 'estados decisivos' são aqueles que não demonstram preferência clara por Trump ou Biden…

16 horas ago

PF cumpre mandados contra organização criminosa em João Pessoa e outras 13 cidades

Segundo a FICCO, os mandados são cumpridos em 14 municípios. A ação tem como objetivo…

16 horas ago

Demissão em massa na Globo atinge experiente jornalista que acaba mudando de profissão

A demissão pela Globo se transformou em uma mudança drástica para uma experiente repórter de…

16 horas ago

Clientes denunciam loja após não receberem produtos e suspeitarem de golpe em JP

Mais de 30 clientes de uma loja de celular denunciaram o estabelecimento comercial nessa segunda-feira…

16 horas ago

Nilvan Ferreira participa de café da manhã no bairro de Tibiri, em Santa Rita

O pré candidato a prefeito de Santa Rita, Nilvan Ferreira, participou de uma das atividades…

17 horas ago