APARECIDA (SP) — Diante do presidente Jair Bolsonaro, o arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, fez na tarde desta sábado uma homilia mais conciliadora que a adotada na missa da manhã.
Se na celebração mais importante do dia, transmitida ao vivo pela TV, ele criticou a direita, na cerimônia das 16h do Dia da Padroeira, o arcebispo criticou a esquerda e a direita.
Ao entrar na basílica, Bolsonaro ouviu aplausos de parte dos fiéis que estavam presentes para acompanhar a missa.
— Os dragões são as ideologias, que quer dizer os interesses pessoais, tanto de direita quanto de esquerda — disse o arcebispo.
Em um outro momento, Dom Orlando disse que reza para que “não falte emprego, não falte educação, não falte alegria e não falte paz” para o povo brasileiro.
Dom Orlando ainda afirmou, em sua explanação de 10 minutos, que nossa senhora é negra, indicando isso é uma mensagem de Deus.
— Fora com o racismo, fora com a desigualdade social — disse.
No fim de sua homilia lembrou que, como está na Carta a Timóteo, todos devem rezar para as autoridades. Disse que sempre é preciso rezar para o papa, para o bispo e para os governantes.
— Senhor presidente, sinta-se abraçado por nossa mãe querida — disse ele, em referência a Nossa Senhora, seguido de palmas do público que lotava a Basílica.
Reza pela Amazônia
O presidente fez a primeira leitura da missa. Em muitos momentos, contudo, ele não acompanhou os pedidos de palmas, como quando a celebração citava o sínodo da Amazônia.
Dom Orlando, no final da celebração, pediu que o público rezasse pela Amazônia. Ele citou em diversas vezes o sínodo da Amazônia, que ocorre no Vaticano e é criticado por forças políticas conservadoras no Brasil.
Bolsonaro é o primeiro presidente que visita a Basílica no 12 de outubro, dia da Padroeira do Brasil. E, levando em conta visitas de presidentes em exercício ao santuário, ele é o primeiro que vem ao local desde Fernando Henrique Cardoso, que esteve em Aparecida em maio de 1998, segundo a assessoria de imprensa da Basilisca.
A Basílica estima que, neste dia de Nossa Senhora, 170 mil pessoas devem passar pelo santuário. Havia um esquema especial de segurança, já reforçado no dia da Padroeira. Muitos chegaram à Aparecida caminhando pela estradas da região, os chamados romeiros.