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Caso Marielle: delegado diz que ‘não há nenhuma participação da família Bolsonaro’ no crime

Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo / 09-01-2019

O delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, titular do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), afirmou, na manhã desta quarta-feira, que a Polícia Civil do Rio tem certeza que “não há nenhuma participação da família Bolsonaro” nas mortes da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista Anderson Gomes.

— Não tem nenhuma participação da família Bolsonaro nesse evento. Não temos indício dessa família no caso. Temos certeza que não há participação — afirmou Nunes.

Questionado sobre quais são os indícios que levaram os investigadores a descartarem o envolvimento de algum parente do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) na morte da parlamentar e seu motorista, Nunes garantiu que “não tem elementos que indiquem a participação”.

No ano passado, um dos porteiros do Condomínio Vivendas da Barra, no Recreio do Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, onde vive a família Bolsonaro, disse em depoimento à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) que um homem chamado Élcio (que seria Élcio Queiroz, um dos acusados pela execução de Marielle) deu entrada no local em 14 de março de 2018 dirigindo um Renault Logan prata. Ele teria informado ao porteiro que iria visitar a casa 58, de Bolsonaro. O porteiro afirmou ter confirmado a entrada com o “seu Jair”.

O presidente, à época deputado federal, estava em Brasília conforme registros da Câmara dos Deputados. Indagado nesta quarta-feira se o porteiro havia mentido, Antônio Ricardo disse que “o porteiro é um senhor e pode ter se enganado no momento” e afimou que o presidente Jair Bolsonaro também não teve participação nos assassinatos de Marielle e Anderson. A Polícia Civil não informou se vai ou não indiciar o porteiro por denunciação caluniosa.

Jair Bolsonaro sempre negou que tenha recebido em sua casa Élcio Queiroz. O presidente da República afirmou que o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), usa a Polícia Civil para perseguir a família Bolsonaro.

Carlos Bolsonaro prestou depoimento no caso

No dia 26 de abril de 2018, pouco mais de um mês após o crime, Carlos Bolsonaro (Republicanos) prestou depoimento ao delegado Giniton Lages, então titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) sobre o caso na condição de testemunha.

À Giniton, Carlos afirmou que discutiu, em 2018, com um assessor de Marielle após ser chamado de “fascista”. Segundo o filho de Bolsonaro, a própria Marielle teria entrado na situação e apaziguado os ânimos.

No dia do depoimento, Carlos Bolsonaro afirmou que soube da morte da colega de parlamento pela imprensa.

Mais um suspeito preso

Nesta quarta-feira, mais um suspeito de participação no crime foi preso. O sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa, o Suel, de 44 anos, é apontado como cúmplice do sargento da reserva da Polícia Militar Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL). Segundo a Polícia Civil, até às 10h30 o bombeiro não havia prestado depoimento.

Suel foi localizado num condomínio no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Ele já estava na mira da DHC e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio (MPRJ), desde a prisão de Lessa e do ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, em março do ano passado. De acordo com os investigadores, coube ao bombeiro ajudar, logo após a prisão do sargento, no descarte das armas escondidas por Lessa.

O EXTRA apurou que o sargento Suel não quis falar aos investigadores. Disse que só iria depor em juízo. Por volta das 11h15, um veículo do Grupamento Especial Prisional (GEP) chegou à DHC para levar o militar para fazer exame de corpo de delito, no Instituto Médico Legal (IML) do Centro. Em seguida, ele seria encaminhado à Unidade Prisional do Corpo de Bombeiros, em São Cristóvão. As 13h15 o militar, enfim, deixou a DH e seguiu escoltado para o IML.

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