Ex-diretor da Polícia Federal, o delegado Maurício Valeixo prestou um longo depoimento, de 12 páginas, na Polícia Federal nesta segunda.
Foi perguntado sobre quase todos os casos explosivos que envolvem amigos, aliados e integrantes do clã presidencial, mas não apontou nenhuma interferência direta de Jair Bolsonaro na corporação.
Valeixo afirma que pediu a Moro para sair da direção da PF ‘diversas vezes.
Maurício Valeixo não queria mais ocupar a direção-geral da Polícia Federal desde agosto do ano passado, quando surgiram as primeiras divergências entre Jair Bolsonaro e o ex-ministro.
Pelo menos essa foi a versão dada por Valeixo em seu depoimento hoje de manhã, em Curitiba, conforme mostra a transcrição:
— desde a crise em agosto, o depoente teria comunicado por diversas vezes ao ex-ministro Sergio Moro seu desejo de deixar o cargo de diretor-geral da PF; que no auge da crise o ex-ministro compreendeu a posição do depoente[…]
Valeixo afirma, porém, que a substituição não ocorrera na ocasião por falta de consenso entre Moro e Bolsonaro sobre quem deveria sucedê-lo.
Maurício Valeixo confirmou ainda que Jair Bolsonaro lhe perguntou diretamente se poderia publicar sua exoneração como “a pedido”.
Valeixo diz, porém, que “não houve formalização do pedido de exoneração”, ao contrário do que foi publicado no Diário Oficial da União.
Valeixo disse que, em sua visão,“a partir do momento em que há uma indicação com interesse sobre uma investigação específica, estaria caracteriza uma interferência política, o que não ocorreu em nenhum momento sob o ponto de vista do depoente”.