Se até a Copa do Mundo será valioso submeter a seleção brasileira a testes de diferentes naturezas, o desta quinta-feira apresentou ao time de Tite o rival que, de tão dedicado às tarefas defensivas, mais dificuldades impôs para que o Brasil criasse chances de gol. Em parte, pela boa organização equatoriana sem a bola. Mas também porque, quando levado a encontrar soluções, a seleção não as encontrou no primeiro tempo.
Ao menos, até Philippe Coutinho iluminar a noite com sua entrada no segundo tempo. Tanto por oferecer lances de brilho individual, quanto por provar que a opção de escalá-lo como meia central, alterando o sistema da seleção, funciona coletivamente. A pérola que foi a jogada do segundo gol é a prova. Assim se forma um time, com tempo para gerar alternativas.
Após a entrada de Coutinho, o Brasil chegou aos 2 a 0 sobre o Equador, viveu seus melhores minutos em Porto Alegre e assegurou, com três rodadas de antecipação, que será o primeiro colocado das eliminatórias. Mas também mostrou o quanto é um time vigiado, avaliado pelos rivais. Foi bem marcado e, por quase 60 minutos, fez sua pior partida sob as ordens de Tite. Não é possível parar de evoluir.
Daniel Alves e Marcelo eram bloqueados pelos lados e os meias Paulinho e Renato Augusto só conseguiam ter a bola quando recuavam junto à linha de defensores para iniciar as jogadas. O passe capaz de romper a defesa equatoriana e fazer o Brasil progredir no campo não acontecia. E outra prova do quanto a seleção é observada: o equatoriano Gaibor grudou em Casemiro e bloqueou uma das saídas de de bola do Brasil.
Quem ficava fora do jogo era Gabriel Jesus. Preso entre os defensores, não encontrava onde receber a bola, fosse em profundidade para finalizar, fosse para ser o pivô que abria o espaço para a penetração de um companheiro.
Como num efeito dominó, a dificuldade de construir jogo foi fazendo emergir uma velha questão que envolve o melhor jogador brasileiro: a irritabilidade de Neymar. Passou a prender a bola, discutir com rivais e, antes do intervalo, chegou a dar uma dura entrada que lhe rendeu um cartão amarelo, o quinto nas eliminatórias. É muito.
Mesmo assim, o Brasil teve suas chances, quase sempre em bolas recuperadas já perto da área rival. Uma delas por Paulinho, que assustou o goleiro Banguera. Depois, quando Casemiro ganhou dividida e achou Jesus, que quase marcou. Antes, Willian tentara bom chute após passe de Neymar.
Diante de um Equador ainda mais entregue ao trabalho defensivo, a seleção seguia com problemas, embora tentasse mover a bola mais rapidamente. Mas a mudança veio com Coutinho no lugar de Renato Augusto. Do habitual 4-1-4-1, Tite fez Paulinho se juntar a Casemiro, quase numa dupla de volantes, próximo de um 4-2-3-1. No trio de meias, Willian mantinha-se à direita, Coutinho pelo centro e Neymar à esquerda. Mas havia mais movimentação e proximidade entre os jogadores.
Coutinho passava a mover-se de um lado a outro nas imediações da área equatoriana, achava espaços entre as linhas defensivas do rival, acertava passes, criava. Uma triangulação quase resultou em gol de Neymar, antes de o placar ser aberto pelo que parecia a forma menos provável: um córner batido por Willian e o gol de Paulinho.
O Brasil ganhara jogo pelo meio, com envolvimento. Facilitava até o trabalho de Willian pela direita. Ele teve crescimento monstruoso, pois passara a receber a bola em melhores condições, com as jogadas mais trabalhadas.
Até surgir o primor de lance que valeu a noite. Coutinho avançou, lançou Jesus com precisão e o atacante fez sua grande jogada na partida, com um lençol e passe de cabeça para Coutinho sentenciar o jogo. Na noite em que Neymar não foi brilhante, tampouco a seleção durante boa parte do tempo, ao menos surgiu mais uma alternativa de jogo no repertório do time de Tite.
BRASIL 2 X 0 EQUADOR
Local: Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS)
Árbitro: Mario Alberto Diaz de Vivar Bogado (PAR)
Auxiliares: Milciades Saldivar e Rodney Aquino (PAR)
Renda e público: R$ 7.886.450,00 – 36.869 pagantes
Cartões amarelos: Neymar e Gabriel Jesus (BRA); Martínez e Pedro Velasco (EQU)
Gols: Paulinho – 23’/2ºT (1-0), Philippe Coutinho – 30’/2ºT (2-0)
BRASIL: Alisson, Daniel Alves, Marquinhos, Miranda (Thiago Silva – intervalo) e Marcelo; Casemiro, Paulinho e Renato Augusto (Philippe Coutinho – 13’/2ºT); Willian (Luan – 38’/2ºT), Neymar e Gabriel Jesus – Técnico: Tite.
EQUADOR: Banguera; Velasco, Arboleda, Achilier e Ramírez; Quiñónez, Noboa, Gaibor (Cazares – 27’/2ºT), Antonio Valencia e Martínez (Marcos Caicedo – 34’/2ºT); Énner Valencia (Felipe Caicedo – 27’/2ºT) – Técnico: Gustavo Quinteros.
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