Vereadores de Santa Rita teriam recebido propina no esquema de fraude no programa “Minha Casa, Minha Vida”. A informação consta da decisão da juíza Cristiane Mendonça Lage, da 16ª Vara Federal, publicada nesta sexta-feira (15) no Diário da Justiça. Ela negou o pedido de soltura de Evaldo Félix Rodrigues, Ulysses do Nascimento Nogueira dos Santos e Walfredo José de Ataíde, presos no último dia cinco durante a Operação Falsa Morada.
De acordo com as investigações, há indícios da distribuição de propina a servidores, incluindo vereadores do município de Santa Rita, para a transformação de áreas rurais, em curto espaço de tempo, em loteamentos.
No despacho publicado no diário da Justiça, a juíza Cristiane Mendonça Lage descreve o modus operandi de cada um dos investigados. O acusado Evaldo Félix Rodrigues agiria, na suposta organização criminosa de forma variada, sendo o elo entre uma tal de Maria do Carmo e a prefeitura de Santa Rita para a obtenção de documentos ilícitos e a autenticação ilícita de guias de tributos municipais. Já Walfredo José de Ataíde Júnior, mais conhecido por Júnior do Cartório, pessoa de confiança da registradora do Cartório de Registro de Imóveis em Santa Rita, é acusado de falsificar certidões imobiliárias para constar averbação de edificações inexistentes.
O terceiro investigado, Ulysses do Nascimento Nogueira dos Santos, teria extorquido R$ 10 mil de Maria do Carmo, fazendo-se passar pelo real proprietário de um dos terrenos nos quais fora averbada obra inexistente. Depois, teria se aproximado de Maria do Carmo e aconselhado a se afastar de Ninho Corretor, tendo lhe revelado que era ele quem conseguia, na prefeitura, toda a documentação falsa necessária à regularização dos imóveis.
Por Lenilson Guedes