Moro determina início de cumprimento de pena em regime fechado.
SÃO PAULO – O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi condenado nesta quarta-feira pela Justiça Federal em Curitiba a 23 anos e três meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro. Outros nove réus foram condenados por crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro, entre eles o dono da Engevix, Gerson Almada; o delator de Dirceu, Milton Pascowitch; os ex-funcionários da Petrobras, Renato Duque e Pedro Barusco, e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari. Cabe recurso à sentença.
Responsável pelas condenações, o juiz Sérgio Moro escreveu não reconhecer Dirceu “como comandante do grupo criminoso” responsável por crimes na Petrobras, e deixou de aplicar agravantes na acusação de participação em organização criminosa contra o ex-ministro.
INFOGRÁFICO: PF mapeia dinheiro pago a Dirceu
Preso em agosto do ano passado na fase da Operação Lava-Jato que ficou conhecida como “Pixuleco”, o ex-ministro está detido no Complexo Médico Penal, na região metropolitana de Curitiba e foi acusado de participação de atos ilícitos na gestão da Petrobras.
O ex-ministro é acusado de comprar imóveis e receber recursos de propina referentes a contratos negociados na Diretoria de Serviços da estatal, que era gerida sob sua influência, segundo o Ministério Público Federal (MPF).
As acusações contra José Dirceu
Mensalão
O ex-ministro chefe da Casa Civil foi apontado como “chefe da quadrilha” do esquema do mensalão. Recebeu pena de 7 anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto e multa final de R$ 971,1 mil por corrupção ativa e formação de quadrilha. Começou a cumprir pena em 2013 no regime semiaberto. Atualmente, cumpre o restante da pena em regime domiciliar.
Cumprindo prisão no julgamento do mensalão, Dirceu recebe nesta quarta-feira a primeira sentença condenatória na Lava-Jato. “O mais perturbador em relação a José Dirceu consiste no fato de que recebeu propina inclusive enquanto estava sendo julgada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal a Ação Penal 470, havendo registro de recebimentos pelo menos até 13/11/2013”, escreveu o juiz Sérgio Moro na sentença condenatória.
Na ação, o dono da Engevix, Gerson Almada, o operador da empresa Milton Pascowitch e seu irmão José Adolfo Pascowitch foram condenados por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Como fizeram acordo de delação premiada com o MPF, os irmãos Pascowitch terão penas reduzidas pela Justiça.