Autoridades de saúde do mundo estão agora em busca de exemplos para saber quais estratégias para contenção da epidemia de coronavírus têm sucesso.
No gráfico acima, é possível usar a caixa de busca para procurar e selecionar países, comparando a epidemia em diferentes lugares. As linhas representam o tamanho da epidemia a partir do momento em que cada país registrou seu 100º caso.
O gráfico mostra o número de casos em escala logarítmica — ou seja, não aumenta em proporção normal (cem, 200, 300, 400…), e sim exponencial (cem, mil, 10 mil, 100 mil…).
É um recurso matemático que permite destacar os lugares onde a epidemia tem alta taxa de crescimento (mais de 30% de aumento de casos por dia) daqueles onde ela cresce menos (20% ou 10% por dia).
Saber quem obteve resultado é essencial para decidir que estratégia é melhor, e uma maneira de fazer isso hoje é observando como a epidemia evoluiu de diferentes maneiras.
O gráfico contabiliza a partir do 100º caso, porque antes disso existe muita incerteza nos dados, e até chegar a essa marca alguns países registraram quase exclusivamente casos importados. A barreira do 100º episódio é um limite arbitrário para presumir que um país já está tendo transmissão comunitária (ocorrências internas, não importadas).
As curvas de crescimento têm durações diferentes porque a epidemia começou mais cedo em alguns países do que em outros. Mais do que a duração das curvas, vale olhar para a inclinação de cada uma delas, que revela a taxa de crescimento da epidemia em cada nação. Estão incluídos os 30 países com maior volume de casos até agora na epidemia.
Saltam aos olhos o desempenho melhor do Japão e de Cingapura em evitar uma alta taxa de crescimento da epidemia. Ambos os países reagiram rapidamente para isolar casos e evitar contatos e continuaram com políticas rígidas desde então.
A China e a Coreia do Sul se destacam por terem conseguido dobrar suas curvas de crescimento depois de sofrerem aumento explosivo dos casos. O resultado obtido pelos chineses veio depois de uma política de toque de recolher e de bloqueio nos transportes a partir do 24º dia de epidemia. Os coreanos tiveram sucesso com medidas de distanciamento social e ampla testagem de casos suspeitos e rastreamento/isolamento de pessoas contatadas pelos doentes.
Países que demoraram a empregar medidas semelhantes (Brasil incluído) ainda estão vendo um aumento brutal no número de casos registrados, superior a 30% por dia.
Na Itália e no Irã, onde o número de casos começou a explodir ainda em fevereiro, a curva de crescimento da epidemia começa a dar sinais de ceder. Ambos aumentaram suas medidas de contenção ao longo de março, como a extensão do toque de recolher.