Policiais na Índia estão se vestindo como o novo coronavírus para conscientizarem a população sobre os riscos de não respeitar o isolamento social, medida necessária para conter o avanço da Covid-19, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A instituição inclusive fez um alerta, nesta terça-feira, para os países não afrouxarem as ações de precaução cedo demais.
Com 1,3 bilhão de habitantes mantidos em quarentena, o governo da Índia luta para conter a propagação também de informações falsas nas redes sociais, e tem publicado alertas contra desinformação e desmistificando notícias falsas.
Um vídeo da agência de notícias “Reuters” mostra como policiais, usando capacetes espetados, imitando o formato microscópico do coronavírus, além de roupas vermelhas seguindo o mesmo estilo, andam pelas ruas buscando a levar orientações das autoridades de Saúde para os moradores. Embora o vírus não possa ser observado a olho nu, a ação da polícia visa a chamar atenção das pessoas para o problema.
Policiais #coronavírus‘ pedem às pessoas para ficarem em casa na #Índia #DistanciamentoSocial
A quarentena de 21 dias na Índia deve terminar na próxima semana, mas vários líderes estaduais pediram uma extensão ou apenas uma suspensão parcial das restrições, dizendo que é a única maneira de evitar uma epidemia de coronavírus bastante difícil de enfrentar.
O primeiro-ministro Narendra Modi havia pedido que a população de 1,3 bilhão de pessoas ficasse dentro de casa, no que foi considerada a maior quarentena do mundo. No país, foram registrados mais de 4,3 mil casos confirmados da Covid-19 e 118 mortes, segundo dados oficiais.
Índia pede TikTok e Facebook para remover usuários que espalham informações falsas sobre coronavírus
A Índia pediu às redes sociais Facebook e TikTok que removam os usuários que estejam espalhando informações falsas sobre o novo coronavírus. Circularam vídeos que pareciam destinados a enganar muçulmanos, segundo uma fonte do governo, pela forma como usavam crenças religiosas com má-fé.
Um usuário do TikTok gravou um vídeo dizendo não ter medo do coronavírus por ser muçulmano e seguidor do profeta Maomé. Outro joga fora uma máscara e coloca um boné de caveira muçulmano, fazendo um gesto de oração.
“Vocês precisam garantir que essas mensagens maliciosas não se tornem virais”, solicitou o governo indiano às empresas americana e chinesa. “(Tais mensagens) têm o potencial de criar pânico … isso enfraquece efetivamente o esforço total do governo indiano para conter o coronavírus”.
Em um comunicado, a TikTok disse à “Reuters” que está “trabalhando ativamente com o governo para apoiar seus esforços em combater as informações falsas, proativamente destacando informações verdadeiras relacionadas à Covid-19” em sua plataforma.
O Facebook disse estar tomando “medidas agressivas para impedir que informações falsas e prejudiciais se espalhem em nossas plataformas”, se comprometendo a remover as publicações equivocadas sobre a Covid-19.
No mundo, de forma geral, plataformas como o Facebook têm impedindo os usuários de postar informações enganosas sobre o coronavírus, incluindo negações de orientação de especialistas e incentivo a tratamentos falsos.