PACARAIMA — O político opositor venezuelano Emilio González, prefeito do município de Gran Sabana, cuja capital é Santa Elena de Uairén — a 15 quilômetros da fronteira com Brasil — denunciou no início da noite deste domingo que os corpos de 25 pessoas mortas em confronto com militares e milícias pró-governo da Venezuela foram recolhidos na região administrativa gerida por ele.
O prefeito González fugiu com sua comitiva para o Brasil depois que civis de sua cidade foram atacados pelos militares leais a Nicolás Maduro.
O que havia sido confirmado anteriormente eram as mortes de dois indígenas pela Guarda Nacional Bolivariana a 70 quilômetros da fronteira brasileira, na sexta-feira, e de quatro pessoas em Santa Elena por milícias chavistas, no sábado.
Um enfermeiro venezuelano confirmou ao GLOBO que até agora quatro mortos chegaram ao hospital de Santa Elena, além de 45 feridos a bala. Já a ONG venezuela Provea confirmou a morte de oito pessoas na região, e agora investiga as cifras que mencionam entre 14 e 25 vítimas fatais.
Segundo o prefeito, três mil militares desembarcaram fortemente armados, em oito comboios, em Santa Elena no sábado à tarde. Ele acredita que os números devem subir à medida em que a prefeitura consiga recolher os corpos, a maioria localizada em regiões ermas. No total, 85 pessoas teriam ficado feridos.
O hospital de Santa Elena conta com apenas uma ambulância e, sem medicamentos, não tem condições de atender as vítimas, relatou ao GLOBO o enfermeiro Rack Ramsame, que trabalha no local. Segundo ele, no município vizinho ao Brasil há veículos blindados e guardas fortemente armados nas ruas.
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