Muito querida por seus alunos do 2º ano do ensino fundamental, a professora Natália Garcia Leão, de 33 anos, ganhou um chá de bebê surpresa no último dia de aula no Centro Integrado de Ensino (CIE), em Rondonópolis (MT).
As mães das crianças organizaram a festa — com direito a presentes, bolo e salgadinhos — em apenas dois dias, combinando tudo por meio de um grupo no WhatsApp.
— Desde que descobri a gravidez em junho, pouco antes de eles entrarem de férias de meio de ano, eles acompanham a gestação do Renato. Também fiz a revelação do sexo do bebê em sala de aula, usando papel colorido, e levo os ultrassons para eles verem. Os alunos fazem parte do processo — contou a professora em entrevista ao EXTRA nesta terça-feira. — E ficam preocupados com o bebê. Não me deixam abaixar para pegar algo que caiu no chão e sequer me deixam comer doce. Dizem que só posso comer verduras e legumes — acrescentou, em meio a risadas.
Natália afirmou que a instituição faz anualmente um evento no último dia de aula. A surpresa dos alunos, porém, ocorreu na véspera, pegando-a de surpresa.
— Eu não estava nem um pouco desconfiada. Quando a coordenadora entrou na sala e avisou que os alunos podiam retirar as coisas das mochilas, eles começaram a tirar os presentes lá de dentro. Eu sou muito emotiva e comecei a chorar. Teve criança que começou a chorar junto.
A coordenadora pegou na minha mão e viu que estava tremendo. Depois trouxeram o lanche, tinha um bolo lindo com o nome do bebê — relatou.
A professora, grávida do primeiro filho, voltou para casa no dia 27 de novembro feliz da vida, carregando as roupinhas novas, brinquedinhos, fraldas e desenhos feitos pelos alunos. Ao vê-la com aquilo tudo e os olhos inchados de tanto chorar, o marido ficou admirado: “Mas o que é isso?”, perguntou.
— Ele ficou muito feliz, nem acreditou quando cheguei em casa com tantos presentes — contou Natália. — Meus alunos fizeram vários desenhos. Guardei todos. Foi emocionante. Quando eu choro, choco mesmo. Não imaginava que fossem fazer isso para mim, foi um reconhecimento do meu trabalho.
Natália trabalha no CIE, mesma escola onde estudou do maternal ao ensino médio, há cinco anos, mas somente assumiu uma turma em 2018. Antes ela atuava como professora assistente. Foi lá onde disse ter encontrado seu trabalho do coração. Formada em Direito, advogou por alguns anos até perceber que não era aquilo que queria fazer com sua vida.
— Não era feliz na advocacia — disse. — Foi a escolha certa mudar (de profissão) para ser professora.
Paraíba em Minuto