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HI-TECH: PlayStation completa 20 anos; relembre a história

Resumo: O console que quase foi da Nintendo e revolucionou o mercado de videogames faz aniversário

PlayStation 1

Por Cleidson Lima, colunista do Olhar Digital

Quem vê o mercado de videogames nos dias de hoje, com o domínio da Sony diante de seus concorrentes Microsoft e Nintendo, logo imagina que a história do PlayStation foi construída com muito planejamento, algo bem típico dos orientais. Sim! Estamos falando do console mais bem-sucedido de todos os tempos, sendo o primeiro a superar 100 milhões de unidades vendidas no mundo, que completa 20 anos de existência nesta quarta-feira, 3.

No entanto, a história não foi bem assim. Com um enredo muito parecido com de alguns filmes e novelas, a entrada da Sony no poderoso mercado de videogames foi quase que acidental e contou com todos os elementos de uma boa trama, tais como um “mocinho” obstinado que não desistiu de seu objetivo, um namoro entre duas grandes empresas, uma traição, uma vingança e um final feliz.

Vamos contar aqui, de forma extremamente resumida, um pouco da história da criação do console PlayStation. Quem preferir algo bem mais completo e não tiver problema com o idioma inglês, uma boa sugestão é o livro de 240 páginas Revolutionaries at Sony: The Making of the Sony Playstation and the Visionaries Who Conquered the World of Video Games, que pode ser encontrado na Amazon.

A história do PlayStation começa uns 10 anos antes, ainda em 1984, quando o engenheiro elétrico da Sony Ken Kutaragi conheceu o Sistema G, um projeto de uma estação de trabalho com gráficos 3D para transmissão de TV em tempo real. Ele, que era entusiasta de videogames, logo viu uma possibilidade para a sua empresa entrar nesse mercado. O problema é que era uma empresa grande, muito bem-sucedida em seu ramo de negócio (vídeo, áudio e eletrônicos em geral) e aventurar-se nesse novo nicho não seria algo fácil de convencer.

 Ken Kutaragi – o pai do PlayStation

Reprodução
Como bom estrategista, Ken Kutaragi resolveu “comer pelas beiradas”. Com o crescimento da Sega no mercado de games, ele procurou a Nintendo oferecendo um chip com tecnologia PCM para melhorar a qualidade do áudio dos jogos do console de 16 bits Super Nintendo, que nem mesmo tinha sido lançado. Como o Mega Drive utilizava tecnologia FM, o som do rival era muito melhor. A Nintendo ficou feliz com a qualidade do som e a Sony conseguiu um novo cliente.

Mas Kutaragi queria mais. Ele vislumbrava que o seu projeto de criar um console superior, usando CDs, fosse pra frente e a única forma disso acontecer é que a Nintendo aceitasse incluí-lo em seus planos futuros. Com a notícia de que a Sega estava preparando um console superior, a Nintendo resolveu se apressar e assinou o contrato com a Sony, em 1990, para o desenvolvimento do Play Station. O nome, no início, era separado assim mesmo.

O primeiro projeto do PlayStation tratava-se de um console híbrido, no qual a Sony faria a unidade de CD e a Nintendo o módulo de cartucho. Ainda em 1990 a Sony mostrou o primeiro protótipo do Play Station, que trazia entrada de CD pela frente, entrada de cartuchos em cima do console e controles idênticos ao do Super Famicom, com botões coloridos.

Estava tudo certo. Até que na CES – Consumer Electronics Show – a Sony anunciou a parceria com a Nintendo na criação de uma unidade de CD para SNES e também a produção de alguns jogos. Estranhamente, no dia seguinte, a Nintendo não confirmou a parceria e anunciou que a responsável pelo projeto seria a Philips, com o seu CD-i (Compact Disc Interactive).

Reprodução

Grosso modo, a Philips, que tinha parceria com a Sony no desenvolvimento do CD-i, assinou com a Nintendo e foi a escolhida para desenvolver o SNES CD. Nem precisamos dizer que a ideia não foi pra frente, visto que o projeto nunca virou produto e o padrão CD-i da Philips também não deu muito certo.

Ken Kutaragi sentiu-se traído e transferiu esse sentimento para a Sony. Por isso, em vez de simplesmente cancelar o console, a Sony, com aval de Norio Ohga, anunciou, em 31 de maio de 1991, que iria fazer o PlayStation de qualquer jeito, por conta própria.

Depois disso do episódio, Ken Kutaragi entrou em uma cruzada de três anos de trabalho até o lançamento do primeiro console da Sony. Com segredos guardados a sete chaves, eles utilizaram tecnologia 32 bits e gráficos 3D só vistos até então em estações Silicom Graphics, que eram computadores bem poderosos na década de 90. O tom de vingança ainda permanecia. Tanto é que o nome de código do projeto era PS-X (PlayStation X) para lembrar a traição da Nintendo.

Mas só um superconsole não era o suficiente. Para ter sucesso, era preciso também ter jogos mesmo antes do lançamento. Mas como fazer isso se a empresa nunca tinha produzido um videogame sequer? Foi por isso que, paralelamente, a Sony criou equipes para conquistar as principais produtoras de games do mundo.

A estratégia era mostrar que produzir games para o PlayStation era bem mais fácil, barato e rápido. O problema é que, para as produtoras, era uma aposta perigosa, visto que não havia sequer um console vendido no mercado. Para dar ainda mais sustentabilidade ao projeto, em outubro de 1993 foi criada a Sony Computer Entertainment, uma divisão que só trataria de videogames.

Depois de mais de três anos, em 3 de dezembro de 1994, a Sony anunciou no Japão o PlayStation (versão SCPH-1000 JPN). Impulsionado por um processador R3000A rodando a 33.8 mhz e uma engenharia que permitia rodar gráficos poligonais com maior rapidez, o console logo ganhou adeptos e as produtoras de games quiseram experimentar seus limites.

O visual era bem moderno e, ao mesmo tempo, simples, como definiu o designer Teiyu Goto, que criou não só o PlayStation 1, mas também o PS2 e o PS3. Ele optou por um modelo quadradão, com fonte interna, que facilitasse a manutenção dos componentes da placa mãe, em caso de problema. O objetivo da tampa superior era deixar bem claro que se tratava de um console que usava CDs. Os botões eram grandes para serem de fácil utilização, mesmo para crianças. Durante os dez anos que foi fabricado, o PlayStation contou com muitas modificações no número de portas, bem como no formato com o lançamento do PSOne, que era uma versão reduzida.

O mais controverso para a Sony foi o design do controle. Em vez de um desenho reto, Teiyu Goto optou por empunhaduras que facilitavam o uso dos botões também pelos polegares. Quanto ao uso dos símbolos (triângulo, quadrado, círculo e xis), o próprio Goto deu a explicação: “Nós queríamos algo simples de lembrar, por isso decidimos usar ícones ou símbolos, e eu bolei a combinação triângulo, círculo, quadrado e X pouco tempo depois. Eu dei uma cor e um significado para cada símbolo.

Reprodução

O triângulo refere-se a um ponto de vista; a cabeça de alguém, ou uma orientação, e eu o fiz verde. O quadrado refere-se a uma folha de papel, representando menus ou documentos, e eu o fiz cor-de-rosa. O círculo e o X representam os ícones para ‘sim’ e ‘não’ [populares na cultura japonesa], e eu os fiz respectivamente vermelho e azul. Algumas pessoas pensaram que estas cores estavam invertidas, e eu tive que reforçar para os diretores que era assim que eu queria”. Os primeiros controles não traziam os botões analógicos, mas logo foram lançados os modelos que conhecemos até hoje.

O início meteórico de vendas no Japão e, em 1995, quando foi lançado a US$ 299 nos Estados Unidos, simplesmente tiraram qualquer pretensão do Sega Saturn enfrentar o console da Sony.Com a ajuda de games que marcaram história, como Gran Turismo, Final Fantasy, Tekken, Tomb Raider, Resident Evil, Castlevania, entre muitos outros, o PlayStation tornou-se o primeiro console da história a ultrapassar 100 milhões de unidades vendidas e abriu portas para os demais consoles da Sony que vieram pela frente.

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