A passagem da seleção brasileira pelo Nordeste foi uma festa junina sem graça. No arraiá da Fonte Nova, em Salvador, a tônica foi: Olha o gol! É mentira!
Foram três comemorações interrompidas por parte da torcida verde e amarela na segunda rodada da Copa América, contra a Venezuela. Duas com a intervenção do VAR.
Pela letra fria da lei, o 0 a 0 foi justo, mas ao mesmo tempo muito frustrante diante da expectativa de que o time de Tite pudesse, cumprindo as regras, alcançar a segunda vitória no torneio.
O Brasil encontrou um ambiente muito mais acolhedor em Salvador do que na estreia em São Paulo. Mas a seleção não correspondeu, em que pese tenha chegado ao ataque a ponte de ter três gols anulados.
O empate liga o sinal de alerta em relação à dificuldade de fazer o goleiro adversário trabalhar.
Falta de posse de bola não foi problema. E Richarlison chegou perto de abrir o placar no primeiro tempo, mas o Brasil ficou devendo.
Com o adversário entrincheirado, a inquietude do time se fez vista pela quantidade de variações vistas em campo. Richarlison e David Neres se alternaram entre direita e esquerda na tentativa de gerar espaço, sem muito brilho. O primeiro “é mentira!” da noite foi com Firmino, que fez o gol em jogada faltosa. Nem precisou de VAR.
No segundo tempo, já com Gabriel Jesus substituindo Richarlison, a comemoração de “alô, mãe” foi frustrada porque a arbitragem identificou impedimento de Firmino na jogada.
Vendo o jogo travado, a torcida perdeu a paciência e voltou a vaiar. O volume subiu quando Tite chamou Fernandinho para entrar. Àquela altura, a arquibancada já pedia “Cebolinha”.
Tite atendeu aos 26 do segundo tempo. Quando Éverton arrancou pela esquerda e cruzou para o gol de Coutinho, o estádio explodiu. Mas o VAR novamente transformou a euforia em “mentira”. A verdade flagrada no lance foi mais um impedimento de Firmino.
A realidade brasileira foi ouvir mais vaias nos minutos finais e até “olé” quando a Venezuela tocava a bola de forma despretensiosa. Contra o Peru a pressão por desempenho melhor aumenta.
Com quatro pontos, o Brasil é o líder do Grupo A, a frente do adversário do sábado, pelo saldo de gols. A Venezuela tem dois pontos, e a Bolívia tem zero.
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