O voto “não” do deputado federal Wellington Roberto (PR) na sessão de admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff no último domingo (17), teve um preço: R$ 12 milhões, dinheiro meu e seu.
São recursos de emendas, que precisam ter um fim para não servir de barganha para os parlamentares. WR estava indeciso e manteve o suspense até o dia da votação. A denúncia ganhou o asfalto através de matéria veiculada no jornal “O Estado de S. Paulo”.
A matéria revela a relação promiscua envolvendo a classe política do país. O noticiário mostra as planilhas do governo acerca da liberação das emendas em orçamento do Ministério da Integração Nacional na última sexta-feira (15), 36 horas antes da sessão do impeachment. O jornal conta que o dinheiro não saiu apenas das emendas, mas também de programas tocados pelo ministério com recursos orçamentários. Neste caso, os parlamentares indicaram para onde o dinheiro deveria ser destinado.
Na semana passada, o deputado Wellington dizia que acompanharia a decisão do seu partido de rejeitar o pedido de impeachment da presidente da República. Porém, ele própria admitia a possibilidade de rever sua decisão. Da bancada paraibana, o voto contrário ao afastamento de Dilma Rousseff contou com o apoio do petista Luiz Couto e do pedetista Damião Feliciano.
Além deles, a bancada paraibana é composta pelos deputados Aguinaldo Ribeiro (PP), Benjamin Maranhão (SD), Efraim Filho (DEM), Pedro Cunha Lima (PSDB), Manoel Júnior (PMDB), Hugo Motta (PMDB), Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), Rômulo Gouveia (PR) e Wilson Santiago Filho (PTB). Todos votaram a favor do afastamento da presidente Dilma.
Com os R$ 12 milhões assegurados, o deputado Wellington Roberto, também presidente estadual do PR, votou assim: “Pela democracia, pelo Brasil, pela nossa Paraíba e sabendo que o impeachment não vai resolver os problemas do nosso país e defendendo novas eleições, eu voto não”. Uma “banana” para os paraibanos.
Não faz muito tempo e o deputado agraciado com a emenda ganhou espaço na mídia nacional por ter saído em defesa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quando bateu boca com um parlamentar petista no Conselho de Ética, que discutia punição para Cunha. Wellington foi um dos dez deputados que votaram contra o afastamento de Dilma, 26 a favor, além de três abstenções. Assim votou o PR do parlamentar da Paraíba.